De volta as origens

É muito dificil se livrar de um vício. Me questiono muito sobre essa conclusão mas até o momento continuo com ela: as redes sociais nos deixam doentes. E apesar de não ser uma pessoa que foi capturada pelo instagram, por outro lado, fui enraizado no twitter que hoje vive seu post mortem conhecido como X. 

Beleza, é nitido como tenho dificuldade de parar e assistir um filme completamente, acompanhar o desenvolvimento de uma série e me lembrar do que ocorreu nos episódios passados ou aproveitar um jogo que esperei tanto tempo ser lançado. 

Quando lembro de um desses, sinto uma angustia por não estar aproveitando tudo que ainda lembro que gosto. Não é trivial escapar dos momentos de ócio, ou até mesmo quando adiamos tarefas importantes e propositalmente criamos esses momentos, e não se deixar levar por uma rápida olhada em alguma timeline infinita por ai.

Tenho feito um teste para mudar isso começando pelo óbvio: excluir minhas redes sociais. Foi dificil apagar meu perfil com mais de 15 anos no twitter, mas me apoiei no fato de que o twitter não existe mais e agora é controlado por um radical de extrema direita. Ficou fácil. 

Minha conta no instagram nunca foi relevante, era mais um login de consulta a algum perfil de empresa/serviço do que parte da minha vida. Não precisei pensar duas vezes antes de apagar. Ainda continuo com o Bluesky para acompanhar assuntos de TI, mas com um acesso menos frequente. 

Minha intenção com esse experimento não é me isolar da tecnologia mainstream e começar a substituir coisas que funcionam por alternativas mirabolantes. Não se trata de usar uma baliza moral para definir se devo usar alguma ferramenta da Microsoft, por exemplo, só porque nesse momento ela está ao lado do governo Donald Trump. A questão aqui é cuidar de mim, principalmente. 

A ideia desse texto surgiu quando percebi que nos primeiros dias sem acessar as redes comecei inconcientemente a olhar alguns interesses perdidos. Voltei a olhar o código de alguns projetos pessoais, resgatei alguns jogos perdidos do DS e comecei um clássico do playstation: shadow of the colossus. Inclusive quero escrever apenas sobre esse resgate dos jogos de DS. 

O shadow of the colossus talvez também valha um texto, pois no ritmo anterior só conseguia jogar Valorant e Fortnite que, embora divertidos, emulam o mesmo vício de dopamina das redes em sua gameplay.